segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A cruz

O calor era tão intenso quanto sua dor naquele momento. O desejo de morrer era mais real que sua própria vida. O suor escorria por entre suas feridas, intensificando sua dor física. Dor essa que não era maior do que a sentida pela alma : a dor do abandono, a dor da traição, a dor de ver aqueles pelos quais você lutou e acreditou fugirem como cães medrosos a procura de salvarem apenas seus rabos imundos.
Já não restava mais nada. Tudo aquilo em que acreditava, tudo o que dizia ser verdade, cada segundo em que vivia aquilo em que repousava sua consciência contribuiu para o colocar naquela situação: vergonha, dor, miséria, cruz.
Era o século primeiro. Vinte séculos depois a situação é a mesma. Jesus pregou contra a religião, contra a doutrina e foi morto pelos líderes das instituições contemporâneas a sua época.  Hoje eles continuam a crucificar. Exibem como prêmio a cabeça de ''rebeldes'' ou pessoas que contestam suas doutrinas e ensinamentos.
Idiotas cegos que não percebem que a maior lição a ser tirada da morte de Cristo é a de que a religião é algo vazio, sem sentido e com sede de sangue e que o único fator que realmente importa e faz a diferença é justamente o oposto de toda essa carnificina oculta: O AMOR.